Dra. Liana Pilau de Abreu

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Eletroconvulsoterapia (ECT)

O que é: 

A eletroconvulsoterapia (ECT) é um procedimento que consiste na indução de convulsões generalizadas, pela passagem de uma corrente elétrica pelo cérebro para fins terapêuticos.

É considerado um tratamento indolor e seguro, inclusive em idosos e gestantes. 

 

Como é realizado:

Antes do procedimento são feitas avaliações médicas (psiquiátrica e clínica).

O paciente ou o familiar (caso o paciente não esteja em condições de tomar decisões) deve autorizar o procedimento.

A ECT é realizada em ambiente hospitalar, com equipe especializada, sendo utilizado anestesia e relaxante muscular, e usado de rotina eletrocardiograma, eletroencefalograma e oximetria de pulso. 

O paciente fica inconsciente enquanto é feito o procedimento. 

Normalmente são necessárias 6 a 12 sessões para obter bom resultado.

  

Mecanismo de ação: 

É induzida uma convulsão generalizada bilateral. Porém, sabe-se que a crise convulsiva não é suficiente para a eficácia do método. Deste modo outras teorias vêm sendo desenvolvidas de forma promissora. Acredita-se que a ECT trabalhe pela restauração da disfunção neuroendócrina presente nos transtornos psiquiátricos. Outra teoria afirma que a convulsão induz efeitos neurotróficos no sistema límbico, o que seria essencial para eficácia desse método.  

 

Principais indicações:

Depressão (principalmente com risco de suicídio ou sintomas psicóticos)

Transtorno Bipolar (episódio depressivo, maníaco ou misto)

Esquizofrenia

Transtorno Esquizoafetivo

Transtorno Esquizofreniforme

Catatonia

 

Principais efeitos colaterais:

Os principais efeitos colaterais imediatos da ECT incluem: dor de cabeça, náusea, vômito, dores musculares, arritmias cardíacas e alterações cognitivas (confusão mental e prejuízo na memória).

A perda de memória causada pela ECT costuma ser transitória e reversível.

Método controverso:

A primeira vez que a ECT foi usada foi em 1940. Nessa época era usada sem anestesia, a quantidade de corrente elétrica não era controlada, era aplicada de forma indiscriminada (até pela falta de opções terapêuticas eficazes) e muitas vezes era feita sem o consentimento do paciente ou de familiares. Tudo isso contribuiu para o estigma negativo da ECT.

Porém ao longo dos anos vários estudos foram feitos comprovando a eficácia e a segurança desse tratamento e estabelecendo suas indicações. O método também foi aprimorado e o conforto do paciente assegurado pela anestesia e medicações coadjuvantes.

Nos dias de hoje novelas, filmes e séries muitas vezes mostram  o método como sendo punição ou tortura, porém a realidade é outra, a Eletroconvulsoterapia é usada como tratamento.

 

Não compartilhe preconceito! Se informe sobre a ECT antes de opinar!

 

  

Fontes:

Diretrizes da AMB para Eletroconvulsoterapia

Kaplan & Sadook. Compêdio de Psiquiatria: Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11th ed. Porto Alegre: Artmed; 2017.