Liana Abreu Liana Abreu

Sobre o Suicídio

Suicídio é o resultado de um sofrimento insuportável para o indivíduo. 

A cada ano cerca de 1 milhão de pessoas pelo mundo tiram suas próprias vidas. No Brasil são cerca de 12 mil suicídios por ano. 

O estigma e o tabu relacionados ao assunto são fatores que dificultam a detecção e a prevenção do suicídio. Falar sobre o suicido, de forma adequada, não estimula pessoas a cometê-lo, pelo contrario, ajuda quem está com esses pensamentos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), suicídio é o ato deliberado, intencional, de causar morte a si mesmo, ou seja, é um ato iniciado e executado propositadamente por uma pessoa que tem a clara noção de que desse ato pode resultar em morte, e cujo desfecho fatal é esperado.

O suicídio é um problema de saúde pública. A cada ano cerca de 1 milhão de pessoas pelo mundo tiram suas próprias vidas. No Brasil são cerca de 12 mil suicídios por ano. O estigma e o tabu relacionados ao assunto são fatores que dificultam a detecção e a prevenção do suicídio. É importante a população estar informada sobre o suicídio, para ajudar na sua prevenção. Falar sobre o suicídio, de forma adequada, não estimula pessoas a cometê-lo, pelo contrário, ajuda quem está pensando no assunto. 

É um fenômeno complexo, de múltiplas causas, cuja ocorrência não pode ser atribuída a uma única característica ou evento estressor. Estão envolvidos fatores psicológicos, sociais, biológicos, culturais e ambientais. 

Os dois principais fatores de risco para o suicídio são: tentativas de suicídio anteriores e transtornos mentais/psiquiátricos. Pacientes que tentaram suicídio tem 5 a 6 vezes mais chances de tentar novamente. Cerca de 97% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais (a depressão está em primeiro lugar, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias).

Outros fatores de risco para o suicídio são: história familiar de suicídio ou tentativa de suicídio, não ter filhos, estar desempregado ou aposentado, ter doenças orgânicas incapacitantes ou dor crônica, estar sem esperanças, ter baixa auto-estima, não ter nenhuma religião, ter sofrido traumas na infância, ser solteiro, separado ou viúvo.

O suicídio predomina no sexo masculino (3-4 vezes mais que no sexo feminino), porém as mulheres cometem mais tentativas de suicídio. Pessoas mais velhas tentam cometer suicídio com menos frequência do que as mais jovens, mas conseguem consumar o ato com mais frequência.  Contudo, o índice de suicídio vem crescendo entre jovens, já sendo a segunda causa de morte entre os 15 aos 29 anos de idade. 

Suicídio é o resultado de um sofrimento insuportável para o indivíduo. Acaba afetando também as pessoas próximas de quem o pratica. É importante dar suporte “aos que ficam”. 

Uma tentativa de suicídio sempre deve ser levada a sério, pois o sujeito está passando por um momento de sofrimento. Essa tentativa pode também ter consequências clínicas, sendo também um fator de risco para outras tentativas de suicídio futuras, que podem acabar resultando em suicídio. 

 

COMO PREVENIR O SUICÍDIO?

A grande maioria dos suicídios poderiam ter sido evitados. Pensando nisso, é importante tentar identificar as pessoas que estão em risco. 

Algumas pessoas planejam durante muito tempo antes de agir, outras tiram suas vidas movidas por um impulso, sem premeditação.

Um mito sobre esse assunto é que as pessoas que querem se matar, não avisam. Muitas vezes elas falam sobre a vontade de tirar a vida ou dão sinais pelo seu comportamento. 

Alguns sinais de alerta são:

- Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança

- Expressão de idéias ou de intenções suicidas (como falado anteriormente as pessoas podem falar sobre seu desejo de morrer, com frases claras ou menos diretas: “Quero desaparecer”, “Vou sumir”, “Vou deixar vocês em paz”, “Eu queria dormir e nunca mais acordar”, “Quero terminar com tudo")

- Se isolam ainda mais

- Sintomas de transtornos psiquiátricos (tristeza persistente, falta de vontade e prazer, alterações de humor, alteração do apetite, alteração do sono, desesperança, abuso de substancias, delírios, alucinações)

O que devo fazer se estou com pensamentos suicidas:

- Falar com alguém sobre o que está passando, seja familiar, amigo ou centros de ajuda como o Centro de Valorização da Vida (telefone 188)

- Procurar ajuda de um profissional da saúde mental, ele poderá orientar o melhor tratamento

O que devo fazer se acho que alguém, está com pensamentos suicidas:

- Converse de forma direta, isso não vai aumentar o risco de suicídio, pelo contrário

- Não julgue, não diga que é besteira, não menospreze o que o indivíduo está sentindo

- Escute tudo que ele tem para falar

- Não dê sermão

- Sugira procurar ajuda profissional

 

Referências:
Kaplan & Sadook. Compêdio de Psiquiatria: Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11th ed. Porto Alegre: Artmed; 2017. 
Bertolote JM, De Leo D. O suicídio e sua prevenção. São Paulo, SP: Editora UNESP; 2012. 137
World Helth Organization. Mental health. Suicide data. 2017
www.campanhasetembroamarelo.com.br
www.portalms.saude.gov.br (Ministério da Saúde) 
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Liana Abreu Liana Abreu

Entenda mais sobre psiquiatria e transtornos mentais

A psiquiatria é a especialidade da medicina que cuida dos diferentes transtornos mentais. Eles são caracterizados por uma combinação de pensamentos, percepções, emoções e comportamento anormais, que também podem afetar as relações com outras pessoas.

O que é psiquiatria?

A psiquiatria é a especialidade da medicina que cuida dos diferentes transtornos mentais. O psiquiatra visa a saúde mental do indivíduo, lidando com prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais.

A psiquiatria estuda o ser humano, seu funcionamento, seu comportamento, seus relacionamentos, suas emoções.

 

O que um psiquiatra faz?

O psiquiatra avalia o paciente mediante suas queixas, sua história clínica e o exame do estado mental. Exames físico, de imagem, laboratoriais, neurológicos e testes neuropsicológicos podem ser utilizados para complementar a avaliação.

É comum ser necessário mais de uma consulta para elaborar o diagnóstico psiquiátrico. O diagnóstico é dado através da entrevista clínica e observação do paciente.

A partir do diagnóstico é definido o tratamento. O psiquiatra pode fazer o tratamento medicamentoso, psicoterápico, determinar internação hospitalar, entre outros.  Pode haver necessidade de encaminhar para outro profissional da saúde, para complementar a avaliação e/ou tratamento.

O quadro clínico geral do paciente também é importante ser avaliado, visto que doenças psiquiátricas podem ser causadas ou ter sintomas semelhantes à diversas doenças clínicas.

 

O que são transtornos mentais?

Também chamados de transtornos psiquiátricos, doenças mentais/psiquiátricas ou distúrbios psíquicos, os transtornos mentais possuem apresentações diferentes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, eles geralmente são caracterizados por uma combinação de pensamentos, percepções, emoções e comportamento anormais, que também podem afetar as relações com outras pessoas.

As causas dessas doenças são complexas, geralmente são multifatoriais, sendo resultado de fatores biológicos (desequilíbrio químico cerebral), genéticos (história familiar), psicossociais (acontecimentos da vida, estresse do ambiente em que vive).

Dentro desses transtornos estão a depressão, o transtorno bipolar, os transtornos de ansiedade, a esquizofrenia, o TOC, os transtornos de estresse, os transtornos de personalidade.

 

Em quais áreas o psiquiatra pode se especializar?

Após especializar-se em psiquiatria, o profissional pode optar por atuar em áreas mais específicas. A especialização pode ser de acordo com a idade do paciente (Psiquiatra da Infância e Adolescência ou Psicogeriatria) ou de acordo com sintomas e/ou patologias (como Especialista em Sono, em Dependência Química).

O psiquiatra pode também se aperfeiçoar em psicoterapia, mas como existem diversas técnicas psicoterápicas, normalmente é escolhida uma ou mais técnicas para se aprofundar (como Terapia Cognitivo-Comportamental, Psicanálise, Terapia de família).

Há também a possibilidade de se especializar em Psiquiatria Forense, que lida com a interface entre lei e psiquiatria. A função do psiquiatra forense é esclarecer à Justiça, a partir da avaliação da saúde mental do indivíduo, sobre sua capacidade para atos civis ou sobre sua capacidade para ser responsabilizado criminalmente.

 

 

 

 

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